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MÉTODOS E ASPECTOS DA ANÁLISE DE BALANÇOS

Reinaldo Luiz Lunelli*

Cada empresa tem as suas peculiaridades próprias, o que leva o analista a partir de processos ou aspectos gerais no seu trabalho, tendo-se a cautela em considerar:

a)      A natureza jurídica da organização (S/A., LTDA., etc.);
b)      O ramo de negócio da empresa;
c)      A dimensão e alcance da empresa;
d)     As condições de giro do negócio;
e)      O processo de formação do resultado;
f)       As condições legais (leis que atingem para restringir ou incrementar as atividades);
g)      As condições econômicas (conjunturas gerais dos negócios);
h)      A localização da empresa (mercado no qual atua).

Tipos de Análise Contábil

No que se refere ao tipo de análise, ela poderá se classificada da seguinte forma:

Análise por série temporal: É aquela desenvolvida com a finalidade de mapear ou acompanhar a evolução de determinado elemento patrimonial ou de resultado da empresa em determinados períodos de tempo, isto é, pode avaliar a evolução, por exemplo, das vendas líquidas em três, quatro ou mais exercícios sociais.

Análise comparativa: É aquela desenvolvida com a finalidade de estabelecer comparações dos índices ou elementos apresentados pela empresa com dados históricos, orçamentos e outros da mesma natureza, visando a definição de um juízo de valor.

Processos e Métodos de Análise Contábil

Processos de análise são as técnicas, materializadas por procedimentos e cálculos, com a utilização de papéis de trabalho, adotados pelo analista para desenvolver os vários tipos de análise, podendo ser:

Análise vertical (De estrutura) é o processo onde é analisada a estrutura de composição de um grupo ou subgrupo de determinados elementos patrimoniais ou de resultado em determinado período, calculando a participação de cada elemento em relação ao todo, como por exemplo, a participação percentual dos estoques em relação ao ativo total ou ao grupo do circulante, ou do lucro operacional bruto em comparação com o valor das vendas líquidas;

Análise horizontal (De evolução), é o processo desenvolvido com a finalidade de calcular a variação de um ou mais elementos em determinados períodos, buscando estabelecer tendências, se houve crescimento real ou não desse elemento, como por exemplo, as vendas do exercício cresceram, em termos reais, X% em relação ao ano anterior;

Análise por quociente, é o processo implementado para calcular a relação numérica entre dois elementos patrimoniais ou de resultado, como exemplo, o valor do ativo circulante representa 2,50 em relação ao valor do passivo circulante do mesmo período. Métodos de análise são as formas de decompor ou calcular os resultados dentro dos processos de análise, permitindo a formação de avaliações parciais e globais sobre o patrimônio, os seus resultados e tendências, podendo ser:

Valores diretos, é o método das diferenças absolutas, sem se preocupar com eventuais variações decorrentes de índices inflacionários;

Valores percentuais, é o método dos coeficientes, encontrados mediante a divisão do percentual encontrado por 100;

Quocientes, é o método dos índices financeiros, que demonstra a relação numérica entre dois elementos;

Matricial, é método pelo qual se busca estabelecer uma correspondência ou vinculação entre os elementos ativos, aplicações de recursos, com os elementos passivos, origens de recursos, podendo, por exemplo, medir até quanto os recursos próprios (patrimônio líquido) financiam as aplicações no ativo não circulante, ou quanto do exigível a curto prazo está investido em valores circulantes do ativo da empresa.

Aspectos das Demonstrações Passíveis de Análise 

Ao longo do trabalho do analista devem ser adotados vários instrumentos de análise, todos visando à interpretação e formulação de conclusões relativas aos diversos aspectos que envolvem a situação geral da empresa, quais sejam:

Aspecto da estrutura patrimonial (análise estrutural), dividido em:

Estrutura de capitais, onde são evidenciadas as origens dos recursos colocados à disposição da empresa, com o mapeamento das participações destes recursos no empreendimento, se próprios ou de terceiros, bem como as aplicações dos recursos, suas classificações na estrutura patrimonial, as participações dos valores circulantes e não circulantes no investimento total, etc.;

Endividamento, onde é analisada a composição do seu endividamento perante terceiros, com mapeamento das participações dos recursos fornecidos por terceiros, se a curto ou longo prazo.

Aspecto financeiro (análise financeira), dividido em:

Liquidez, onde são elaborados indicadores que demonstram a capacidade da empresa liquidar seus compromissos para com terceiros, em termos restrito ou global;

Solvência, onde se pode, com a composição ou junção de vários tipos de índices, avaliar a capacidade de solvência do empreendimento a médio e longo prazos, com a previsão da possibilidade da empresa experimentar um processo de concordata ou falência;

Aspecto econômico (análise econômica), dividido em:

Rentabilidade, onde é avaliada a capacidade da empresa remunerar o capital investido, mediante a geração de lucros, isso em termos da atividade operacional e não operacional;

Produtividade, onde é avaliado o potencial dos elementos ativos da empresa em produzir elementos de receitas e de ganhos, podendo ser evidenciado, por exemplo, o que cada unidade monetária de ativo operacional produziu, em unidades monetárias, de vendas líquidas no período analisado;

Rotatividade, onde são elaborados índices capazes de medir a capacidade de giro ou rotação de certos elementos patrimoniais, cujos resultados podem provocar alterações na rentabilidade da empresa, podendo ser evidenciada, por exemplo, a rotação ou giro dos estoques ou contas a receber ou a pagar.

Para alguns estudiosos desta técnica contábil, as demonstrações financeiras de determinada empresa podem ser analisadas sob apenas dois aspectos, financeiro e econômico, onde os indicadores relativos à estrutura de capitais são considerados dentro do aspecto financeiro, sem prejuízos nos resultados do trabalho do analista.

* Reinaldo Luiz Lunelli é contabilista, auditor, consultor de empresas, professor universitário, autor de diversos livros de matéria contábil e tributária e membro da redação dos sites Portal Tributário e Portal de Contabilidade.


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