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AVILTAMENTO DOS HONORÁRIOS CONTÁBES 
UMA VISÃO DIFERENTE DA TRADICIONAL

Gilmar Duarte da Silva - 15.07.2013

Para alguns, a “prostituição” dos honorários chega a ser usada como muleta. Minha afirmação pode causar perplexidade e discordância entre os colegas e é destes que peço a leitura atenta do artigo.

Alguns estudiosos defendem a tese de que a empresa contábil é uma organização e seus proprietários não são empresários. Mesmo sem nunca conseguir compreender e aceitar esta visão, a respeito. Também considero empresários todos os contabilistas que se reúnem para constituir empresas com o objetivo de prestar serviços de contabilidade e gerar lucros que permitirão o crescimento do empreendimento e seu sustento.

A empresa contábil recebe valores pelos serviços prestados. A maioria delas presta serviços mensais e fixos, geralmente remunerados com honorários mensais uniformes e à parte quando o serviço é eventual. A tarefa de definir o valor dos serviços tem trazido muita dor de cabeça aos gestores, e não só na área contábil.

Os serviços certamente são ofertados com qualidades diferenciadas e os clientes fazem a opção pelos diversos níveis disponíveis no mercado. Há clientes que não conseguem distinguir serviços que inicialmente são parecidos, mas também há empresários contábeis que têm dificuldades para apresentar ao mercado, de forma clara, os motivos que elevam seus preços em relação aos demais.

Henry Ford sonhou fabricar automóveis a preço acessíveis para que todos pudessem ter o seu próprio veículo, inclusive seus operários. Steve Jobs sonhou desenvolver computadores pessoais com preços reduzidos para que todas as pessoas pudessem ter o seu computador em casa. Ambos atingiram seus objetivos e a história os registra como pessoas de sucesso.

Será que as atitudes de Ford e Jobs devem ser encaradas como articulação de prostituição de mercado, pois baixaram preços e forçaram os concorrentes a fazer o mesmo?

Especialmente nas redes sociais, encontramos empresários contábeis reclamando de colegas que praticam preços baixos e a isto chamamos de aviltamento ou prostituição dos honorários. É possível que tenham razão, mas qual é a base para esta alegação dos que não possuem uma metodologia lógica de precificação? Alguém que pratica valores menores do que o meu não pode ser acusado de estar prostituindo o mercado.

Há empresas contábeis que prestam serviços com qualidade e a preços razoáveis. Isto é possível graças a gestores que fazem revisão dos processos produtivos, seleção de ferramentas adequadas, análise criteriosa dos custos e formação do preço de venda. Estes empresários atentos ao mercado, que atendem a legislação e obtém lucro com a satisfação dos clientes não podem ser considerados predadores.

Implorar ao Conselho Federal de Contabilidade (CFC) que intervenha no mercado para definir uma tabela mínima não é a solução, mas acomodação da classe. Vejam que os médicos têm esta famigerada tabela que paga valores ínfimos por uma consulta. Os poucos que conseguem sobreviver sem os convênios obtêm melhor lucratividade.

Os empresários contábeis não sofrem com preços irrisórios devido à pressão dos convênios. Todos nós atendemos “particulares”, mas nem sempre somos eficientes, comercialmente falando, para alavancar o nosso nome e sermos merecedores de melhores remunerações. 

Muitos proprietários de empresas contábeis ocupam-se o dia todo com a execução de tarefas rotineiras, não restando tempo para fazer a gestão da empresa. Fazem inúmeros cursos de atualização, mas nenhum deles para tratar sobre formas e ferramentas de gestão.

O concorrente é um predador ou um empresário visionário que a cada dia conquista parcela maior do mercado, obtém lucro e a satisfação dos clientes? Podemos separar o joio do trigo, conhecer atitudes do “trigo” e se juntar a ele. A opção é nossa.

* Gilmar Duarte da Silva é empresário contábil, palestrante e autor do livro "Honorários  contábeis. Uma solução baseada no estudo do tempo aplicado".


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