Júlio César Zanluca
Há situações que, em face de prejuízos acumulados apurados pela coligada ou controlada, o valor de seu Patrimônio Líquido passe a ser negativo, acarretando um “Passivo a Descoberto” (quando o Balanço Patrimonial passa a apresentar valor total com obrigações para com terceiros superior ao dos ativos).
Nesta situação, o procedimento contábil, na investidora, é registrar normalmente a equivalência patrimonial, diminuindo-se o valor do investimento, até que este esteja “zerado”, não se registrando, portanto, qualquer parcela a título de investimento negativo.
Mas, para fins de controle, pois o investimento não deve ser baixado (a não ser que a respectiva participação seja integralmente alienada ou liquidada), sugere-se criar uma conta redutora da conta investimento respectivo, de forma que o valor contábil do investimento seja anulado. Por exemplo:
Participação Societária - Empresa Alfa (Investimento - Permanente)
(-) Participação Societária - Empresa Alfa – Equivalência (Investimento - Permanente)
Exemplo de Contabilização:
Passivo a Descoberto da Investida “XYZ”: R$ 1.000.000,00
Participação da Investidora “A” na Investida “XYZ”: 70%
Participação negativa: R$ 1.000.000,00 x 70% = R$ 700.000,00
Valor contábil registrado do Investimento, na Investidora “A”, conta Empresa “XYZ”: R$ 200.000,00.
Lançamento contábil na investidora:
D – Despesa de Equivalência Patrimonial (Resultado)
C - (-) Participação Societária - Empresa “XYZ” – Equivalência (Investimento - Permanente)
R$ 200.000,00
Histórico: Ajuste por Avaliação em Equivalência Patrimonial - Empresa "XYZ"
O saldo das contas de investimento, relativamente à participação societária na empresa “XYZ”, será apresentada como segue:
Subconta |
Saldo R$ D/C |
Participação Societária - Empresa “XYZ” |
200.000,00 D |
(-) Participação Societária - Empresa “XYZ” - Equivalência |
200.000,00 C |
Júlio César Zanluca é Contabilista e autor da obra "Manual de Contabilidade Empresarial".